Fizemos nosso almoço na cidade de Boa Vista do Sul no centrinho da cidade e em seguida partimos. Já tínhamos rodado mais de 100km. Rodamos mais alguns quilômetros e paramos em um posto na beira da rodovia. Alguns minutos parados, meléca solar no corpo e rumamos em direção de Garibaldi. Neste trecho avistamos dois cicloturistas do lado oposto da rodovia, combinamos em parar, eles atravessaram a rodovia e vieram em nossa direção. Eram o Nei e o Murilo de Urubici- SC, estavam indo até a Patagônia de bike. Naquele dia iam ir até Teutônia. Depois Lajeado, Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, onde iriam tentar encontrar com o Claiton, tiveram meu contato através do site www.warmshowers.org. Me mandaram email mas não vi, porque naquele dia nós estávamos saindo para a nossa pedalada. Foi aí que eu disse para eles que o Claiton era aquela pessoa que estava falando com eles. Muitas risadas....este mundo é mesmo pequeno. Alguns minutos de bate bato e nos despedimos, cada dupla com seus destinos.
Chegamos em Garibaldi e cada vez subindo mais. Logo chegamos em Farroupilha e ingressamos na rodovia RS 444, que passa pelos caminhos de pedra. Local este, com suas edificações em estilo italiano preservados. Após vários registros fotográficos, chegamos na localidade de Vila Jansen, distrito de Farroupilha. Já era finalzinho de tarde. Perguntamos para um morador local que estava de passagem na beira da rodovia, se até Nova Roma do Sul ainda haviam muitas subidas. Ele respondeu: Deste ponto até lá vocês vão descer até dentro do Rio das Antas. Mas a realidade não foi bem esta. Descemos 18km com lindas paisagens a beira do rio. Ainda havia comentado com a Luiza, não me convidem para voltar de Nova Roma do Sul para Farroupilha por este local. Após a longa descida chegamos na divisa municipal entre Farroupilha e Nova Roma do Sul, onde avistamos uma linda ponte de ferro antiga. Mais algumas fotos e voltamos a pedalar, Vimos uma placa que indicava Nova Roma do Sul a 16 km. Parecia ser fácil fazer mais 16km, mas já estávamos cansados de ter percorrido mais de 170km com longos trechos de subidas e com o peso dos alforges. O comentário do morador concretizou-se somente até a ponte. Logo começamos a subir até o céu, esses míseros 16km eram de subidas intermináveis. Escalamos e a noite começava a surgir em nosso horizonte. Chegamos no centro de NRS perto das 20:30 horas. Fomos até um bar perguntar onde morava o Moisés Forlin, um grande amigo meu de vários anos. Nos informaram e em seguida, logo liguei para ele.Nos disse para ir na casa de seu irmão,que era logo adiante.Sua cunhada nos recepcionou e alguns minutos chegou o seu marido Pedro, irmão de Moisés. Conversamos um pouco e fomos com eles até os galpões onde são lavadas as cenouras e beterrabas que o Moisés produz. Local este onde tomamos banho. Minutos depois o Moisés chegou. Conversamos bastante e tomamos um café ao estilo italiano. Perto da meia noite fomos até a casa de Moisés fazer nosso pernoite. Total do dia 190km.
Acordamos cedo e fomos tomar o café da manhã. Após, fomos conhecer como era o funcionamento da lavagem e embalamento das cenouras e beterrabas. Tiramos umas fotos de recordação com Moysés e Pedro, logo nos despedimos e partimos para o início do segundo dia de pedal.
Nosso destino foi a cidade de Antônio Prado, cidade mais italiana do Brasil. Pegamos um percurso de aproximadamente 16km de estrada de terra. Queríamos conhecer a cascata da usina, localizada no interior do município. Não encontramos placa alguma indicando o local. Desconfiamos, em certo momento decidimos perguntar a uma moradora. Foi então que ela nos disse que havíamos passado da entrada do local. Tivemos que voltar cerca de 1,5km até encontrar a placa indicativa, que estava somente de um lado da estrada. Enfim, conhecemos a cascata da usina. Faltavam poucos km para nós chegar ao centro da cidade. As nuvens de chuva se aproximavam, juntamente com uma temperatura abafada. Chegamos no centro da cidade ao meio dia. Registramos as fotos das casas em estilo italianas, assim como a catedral do município. Em seguida procuramos um local para almoçar.
Depois do abastecimento, atravessamos a cidade, onde encontramos o pórtico de entrada da cidade para quem vem de Flores da Cunha. Foi a partir dali que começamos um longo trecho em subida, cerca de 8km. Uma subida com uma angulação bem elevada, e com bastante tráfego de caminhões. A temperatura não nos dava trégua e continuava o clima de abafamento. Mas tudo que sobe , tem que descer. Descemos estes mesmos 8km até chegar na divisa municipal entre Antônio Prado/ Flores da Cunha. Em seguida ingressamos para a cidade de Nova Pádua, onde faltava nós conhecer o Belvedere Sonda, este que, não conhecemos na pedalada de 2010, quando estivemos em Nova Pádua realizando um outro cicloturismo.
O Belvedere Sonda é um lugar fantástico, com vista para o Rio das Antas, onde o visitante tem um alcance muito amplo dos morros que cercam o rio. Após a visitação do belvedere, decidimos fazer o pernoite na própria cidade de Nova Pádua, na pousada do Miro.Total do dia 90km.
Terceiro dia: Tratamos de acordar cedo, para partir da pousada ás 06 horas e 30 min. O café da manhã era servido somente a partir das 07:30. Achamos este horário muito tarde para iniciar o pedal. Comemos os mantimentos que compramos no dia anterior e fomos até um posto de combustível encher nossas caramanholas de água.
Começamos então a descer, sempre costeando o Rio das Antas até chegar na balsa, movida por propulsão humana para atravessar o rio. O custo desta travessia é de um real por pessoa. Já do outro lado do rio, foram mais dois quilômetros até chegarmos no cachoeirão, um lindo local ,onde as águas rolam entre as inúmeras pedras dentro do rio. Depois dos registros fotográficos, retornamos pela mesma estrada, com muitas subidas, cerca de 6km, até chegarmos em Nova Roma do Sul novamente onde o empurra bike foi necessário. Paramos em um mercadinho para comprar alguns salgadinhos e passar protetor solar. Sabíamos que logo em frente teríamos uma longa descida até a ponte dos limites municipais NRS, Farroupilha. Atravessamos a ponte e mais alguns metros a frente, a subida nos esperava. A temperatura estava alta, o suor escorria na testa, e nós girando os pedais bem devagar. Ao meio dia, após a grande lomba, chegamos na Vila Jansen, onde paramos para almoçar. Neste local encontramos vários ciclistas que pedalavam pela região.
Após o almoço começamos a girar novamente e a pegar um acostamento horroroso, com grande movimentação de veículos pesados. Para tirar o stress, paramos numa sombra para comer umas laranjas que eu havia colhido na parte da manhã em NRS na beira de uma calçada.
Chegando em Garibaldi, pela meia tarde paramos em um posto de combustíveis para descansar, hidratar e nos alimentar. A partir desse ponto as coisas começaram a ficar mais fáceis, devido a altimetria que estava ao nosso favor. Velocidade alta, e logo chegamos em Imigrante, Colinas, BR 386, onde realizamos mais uma parada antes do anoitecer. Faltavam apenas 65km para o destino final. Perto das 21:00 horas nós chegamos no município de Venâncio Aires, onde paramos mais um pouquinho. A partir dali começará o caos da RST 287, com seus vários buracos no acostamento. Antes de chegarmos em casa, faltavam mais duas subidas, as sete curvas e a lomba da Santana em Santa Cruz do Sul. Ambas vencidas e término do ciclotur, ás 23 horas, totalizando 211 km neste dia e 491km nos três dias.
Agradecemos a todas as pessoas que nos ajudaram em mais esta jornada. Obrigado de coração.
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